Parece fácil prever: essa pessoa vai, certamente, acomodar-se ou se dar por satisfeita
Sabe aquela pessoa que acaba se destacando de alguma maneira e que muitos dizem que “ela é assim porque nasceu em berço de ouro”? As histórias mais impressionantes falam de indivíduos que saíram do nada e foram para o tudo, mas quando se trata daquela pessoa que nasceu em berço de ouro, sempre tem alguém para dizer que as conquistas são fáceis, pois com a condição privilegiada, muitas portas se abrem. Um caminho fácil a trilhar para obter o seu lugar ao sol, cheio de pequenas mordomias e sem que seja preciso caminhar sozinha.
Parece fácil prever: essa pessoa vai, certamente, acomodar-se ou se dar por satisfeita. Passar para uma universidade pública, por exemplo, fica muito mais fácil diante dos privilégios. No meu caso, apesar de ter nascido numa família de classe média, com acesso a muitas coisas consideradas “privilegiadas”, fui testemunha desde cedo do trabalho duro dos meus pais em uma gráfica, em Vitória da Conquista, no interior da Bahia, e, aos doze anos, resolvi “brincar” de trabalhar atendendo clientes e aprendendo um pouco do ofício do meu pai. Iniciativa que, hoje, reconheço foi de grande valor para a minha carreira profissional.
Lembro de ter uma vontade tão forte de buscar mais e mais, de persistir nos caminhos. Então, você pensa: também conheço muitos jovens que tiveram oportunidades na vida, que não se acomodaram e que avançaram trabalhando pela noite e pela madrugada. Jovens que abriram mão de feriados e de finais de semana na intenção de entregar um resultado relevante. Você tem razão!
Histórias como estas não costumam virar notícias de jornais pelo fato de serem pessoas que sempre tiveram tudo. No entanto, me pergunto se o que torna essas histórias boas não seja o fato de que, apesar de privilegiadas, elas sejam indivíduos que vão à luta e que buscam viver as suas próprias histórias, inspirar outras pessoas e entregar valor ao mundo. Afinal, não vivem elas próprias a sua jornada de herói?!
Definitivamente, o mundo precisa mesmo de gente que reconheça a condição de quem nasceu ou não em berço de ouro. Tudo começa por uma busca individual, por esse franco e sincero propósito de ser mais do que ter; de fazer e servir mais do que ser servido. E para que o mundo possa te ouvir e aprender com a sua verdade, é necessário começar aí mesmo, do seu lugar!